4/04/2008

No olhar e na dor

Uma criança chora perdida
olhando em torno em busca da mae
em busca do colo acolhente e protetor
em busca de um passado que nao volta mais
em busca de um futuro que talvez acontecera

Nos precipicios mais profundos ela olha
e busca uma forma de encontrar abrigo
porem ao passado nao é permitido retorno
nem ao futuro um minuto antes

Em seu tempo, formas de carinho e amor desabrocham
Como rosas negras no jardim da primavera passada
que exalam o perfume de uma morte agora consagrada
Mas buscam ressurreiçao em trechos vazios e abandonados

Podera um mortal mudar as leis estabelecidas pelo supremo?
Conseguira uma rosa sobreviver toda a primavera sem perder sua macia pele?
Entendera o poeta que seus sentimentos muitas vezes sao reciprocos?
Conseguira a primavera a longevidade de um ano completo?

Perguntas geram eco na mente atrapalhada
Um pouco vazia, porem nunca desabitada
Em uma pasta abandonada ele encontra uma velha fotografia
Um antigo beijo, a foto preferida da mae perdida.

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